Mulher na liderança da Ingredion Brasil

November 16, 2020 | Brazil, CEO Owner

Guadalupe Franzosi é a nova presidente da Ingredion Brasil! A Argentina, que reside no Brasil há 18 anos, assumiu o desafio de gerenciar as operações comerciais da empresa no maior país da América do Sul e nos contou sobre a sua trajetória profissional e suas expectativas.

Por que você decidiu vir para a Ingredion?

R: A Ingredion é uma empresa que tem como pilares principais a tecnologia, as pessoas e a inovação, com o objetivo de tornar a vida melhor. Seja para alimentos, bebidas, nutrição animal, farmacêutica ou aplicações industriais, as necessidades dos nossos clientes são o ponto de partida das nossas atividades. Isso por si só já é atrativo, mas, se ainda somarmos os valores relacionados ao cuidado com as pessoas, o ambiente inclusivo, trazer ideias e a sua identidade, agir com curiosidade e agilidade para assumir riscos e tomar decisões, além de cada um se sentir responsável por fazer acontecer, então, eu sinto que estou em um lugar no qual eu posso ser eu mesma e trazer o meu melhor todos os dias. Localmente falando, o Brasil é um mercado estratégico para a empresa e isso me motiva. Eu gosto de ter impacto, gosto de fazer a diferença em tudo o que eu faço. Fazer parte disso traz muita responsabilidade, mas também muitas oportunidades.

 

Quais os principais desafios você acredita que terá nessa posição?

R: Nosso desafio é encantar aos nossos clientes todos os dias. Queremos que, quando os nossos clientes tenham um desafio, pensem na Ingredion como o seu parceiro de inovação, seja para lançar um novo produto, seja para reduzir custos, seja para melhorar a produtividade. Se os nossos clientes crescem, nós crescemos juntos. Nosso trabalho é resolver os problemas dos nossos clientes, desde a confiabilidade de fornecimento até as mais complexas reformulações de alimentos, ao mesmo tempo que não só melhoramos nosso serviço, mas o fazemos de forma eficiente e sustentável, nos tornando mais competitivos a cada dia. Levando tudo isso em consideração e pensando em nossos clientes, eu acredito que a nossa missão seja clara: crescer de forma sustentável. Crescer de forma sustentável significa que nossas fábricas impactam de forma positiva o meio ambiente e as comunidades onde elas se encontram, nos permitindo reinvestir no nosso negócio, criando um ciclo virtuoso. Um outro ponto é o desejo de um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento, o que abre mais oportunidades de carreira dentro da companhia.

Meu grande desafio pessoal é ser a cola entre as áreas e permitir que cada uma delas se especialize em sua expertise operacional, seja em vendas, aplicação técnica em novos desenvolvimentos, eficiência operacional ou controles internos, mas que todos tenhamos a habilidade de entender que estamos no mesmo barco e que, se fizermos isso de forma coordenada, o barco navegará melhor. Gerar na Ingredion um ambiente de trabalho desafiador e aconchegante, como forma de atrair os melhores talentos e desenvolver os nossos colaboradores para eles darem o melhor de si, é o que nos ajudará a transmitir uma visão motivadora e nos auxiliará a construir parcerias sólidas e duradouras com os nossos clientes. Finalmente, um ponto muito importante para mim: eu não quero apenas crescer e atingir as nossas metas financeiras, mas também permitir que possamos nos divertir muito no processo!

 

Como você espera contribuir com a empresa? Quais valores e crenças você traz para enriquecer ainda mais a Ingredion?

R: Eu tenho 22 anos de carreira internacional na indústria química, com atuação em três países diferentes. Eu escolhi o Brasil como meu lar e sou apaixonada pelo povo brasileiro, tendo trazido dois filhos brasileiros a este mundo. Espero trazer essa experiência de outras indústrias e as minhas vivências em negócios globais ao redor do mundo, incluindo Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina, para aplicar a minha curiosidade de conectar pontos, que talvez quem sempre atuou no mercado de alimentos ou ingredientes não tenha considerado antes. Eu venho de uma empresa com mais de 200 anos de existência, que chegou a ter 90 mil funcionários e que era extremamente complexa. 

A Ingredion está em plena fase de expansão, adquirindo novos negócios e explorando novos mercados. Eu acredito poder ajudar a minimizar as dores do crescimento e a facilitar o processo de crescimento.

Qual é a sua sugestão para que a Ingredion possa seguir inovando na forma em que se relaciona com os clientes? Para você, qual é a importância de estreitar cada vez mais este relacionamento?

R: Eu acredito que o mais importante é ter curiosidade e saber ouvir. Fazer perguntas inteligentes para entender os problemas e os objetivos dos clientes nos ajuda a desenhar e propor soluções. As ferramentas digitais também podem ajudar muito nesse sentido, uma vez que nos permite contar com diversos especialistas ao redor de todo o mundo em uma mesma reunião sem ter que se programar por semanas ou meses para viajar. Contudo, somos nós, pessoas, fazendo trocas uns com os outros, que estabelecemos os relacionamentos que almejamos. A tecnologia é a nossa aliada, facilitando a interação com nossos clientes, mas a qualidade depende do caráter e do empenho de cada um de nós.

 

Em sua opinião, do ponto de vista de equidade de gênero e empoderamento feminino, o que significa para a empresa ter uma mulher em uma posição tão importante?

R: Significa que a empresa está sustentando suas palavras com ações, não só na equidade de gênero, mas vivendo os valores que colocou no papel. Eu sinto uma responsabilidade enorme de mostrar para todas as mulheres que estão trilhando as suas carreiras que quem decide até aonde quer chegar é cada uma, e que não tem um teto de crescimento na Ingredion. Espero contribuir para que isso não seja só com a questão de gênero, mas também de raça, de pessoas com deficiência, etc. Para mim, atingir a diversidade é fácil, basta criar cotas. Agora, atingir diversidade e meritocracia ao mesmo tempo é mais difícil. É mais difícil ainda é cada uma dessas pessoas diversas, com vivencias e pensamentos diferentes, sentir que eles são bem-vindos a abraçar essa diferença de opiniões, e que crie uma curiosidade no outro por entender de forma genuína, o ponto de vista diferente. Quando atingimos diversidade, meritocracia e inclusão, onde as pessoas sentem que podem ser quem elas são e atrair diversidade de pensamento, para mim é o mais crítico no trabalho de liderança e a indicação de que estamos no caminho certo.

 

Como você acha que a digitalização está impactando a indústria? Qual a sua percepção do home office e da flexibilização nessa nova realidade que estamos vivendo?

R: Eu acho que a digitalização é um processo que veio para nos ajudar, mas como todo processo, dependendo da sua qualidade e do conhecimento de quem está envolvido, pode ser tanto um facilitador quanto um problema. Digo isso, porque a digitalização, além de ser muito eficaz ao cortar distâncias e tempos, permite que trabalhemos simultaneamente e ainda permite a utilização de inteligência artificial para processar dados de forma mais precisa e rápida, por exemplo. Mas por outro lado, se usada em excesso, pode se tornar uma adversidade e deixar o lado humano, que é tão importante, de lado.

Em relação ao home office, acredito que a palavra-chave seja a própria flexibilização. Nem todos tem um lugar em casa para trabalhar tranquilos, assim como nem todos querem perder mais de 2 horas por dia no trânsito. Existem inúmeros aspectos benéficos, no entanto, a troca e o processo de criação e inovação que acontece quando se tem várias pessoas com backgrounds diferentes em um mesmo local físico, não é tão simples de ser substituído. Por isso, acredito muito no modelo híbrido, que permite atender as necessidades pessoais e laborais de cada um. Para que tal sistema funciona, uma cultura de confiança e de gerenciamentos por resultados, são fundamentais. Não acho que o mundo digital veio para substituir o mundo real, eu acho que veio para complementá-lo. Depende de nós colocar este modelo em prática e assegurar que um ajuda e fortalece o outro.

Sobre a Guada...

Quais são os seus hobbies?

R: Sou apaixonada por tudo que tenha a ver com água, principalmente mergulhar e nadar. Meu segundo hobby é o vinho, tenho até uma adega na minha casa! E tenho também um hobby nerd, que é ler livros de psicologia, embora eu seja engenheira química.

O que faz no tempo livre?

R: Leio muito, nado, faço trilhas na mata e cozinho (sempre com uma taça de vinho por perto).

Qual time de futebol você torce?

R: No BR, pelo Palmeiras. Na ARG, pelo River Plate. E, por favor, não me perguntem se torço pela Argentina ou pelo Brasil na Copa do Mundo… eu torço por ambos, até chegarem na final!